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5 sinais de que seu pet está com depressão e ansiedade

Para cada 10 pets, quatro apresentam algum quadro de ansiedade, depressão ou autoflagelação. Essa é a média relatada por Cleber Santos, especialista em comportamento animal e CEO da Comport Pet, conglomerado de empresas especializadas em hospedagem, comportamento e adestramento.

Principalmente após o fim da pandemia e o retorno gradual ao trabalho presencial, observou-se um aumento drástico nos casos crônicos de depressão e autoflagelo nos animais. O especialista destaca que muitos cães estão enfrentando transtornos mentais devido à abrupta interrupção do vínculo afetivo formado durante o período de confinamento.

“Assim como para as crianças, é preciso um cuidado especial para tratar essa história, de preferência, com estratégias orientadas para essa transição”, explica Cleber.

Dody Martins, dona de Mickey, um cão sem raça definida, notou mudanças no comportamento do seu pet após retornar ao trabalho.

“Mickey não comia, bebia pouco, coçava-se e mordia a noite toda. O veterinário indicou um creme para dermatite, mas os sintomas persistiram. Percebi que poderia ser um problema emocional, algo desconhecido por mim até então”, conta Dody, que procurou a ajuda do especialista em comportamento para aderir alguns novos “rituais” que acalmassem seu cão.

 

Tristeza x Depressão x Autoflagelo

O agravamento da ansiedade para um quadro depressivo é comum, pois os sinais de socorro nem sempre são percebidos. Mudanças de comportamento, como desobediência, agressividade ou agitação, podem ser interpretadas pelos donos como formas de “chamar a atenção”.

Cleber destaca a importância de diferenciar a tristeza da depressão nos pets. “Sintomas depressivos incluem falta de apetite, apatia, inatividade, pouca afetividade, sono excessivo e falta de vontade de brincar. O autoflagelo, resultado da ansiedade, manifesta-se por comportamentos autodestrutivos como morder ou lamber excessivamente, podendo levar a machucados”, explica.

Nos casos de depressão e autoflagelo, é recomendado buscar ajuda profissional de um especialista em etologia, zoopsiquiatria ou medicina veterinária comportamental. Terapias complementares como musicoterapia, cromoterapia, acupuntura, florais, cannabis, entre outras, podem promover bem-estar físico e psíquico nos animais, reduzindo os efeitos colaterais de medicamentos convencionais.

 

Conheça algumas terapias

  • Musicoterapia e Cromoterapia: Trazendo a especialização após um período de estudos no Canadá, Cleber inseriu na rotina da sua creche animal as sessões de musicoterapia com cromoterapia. Em suas sessões diárias, reproduz sons de piano, sax e violino, proporcionando relaxamento e concentração aos animais. A cromoterapia, utilizando luzes coloridas, complementa o processo, promovendo um ambiente propício ao equilíbrio mental. Resultados visíveis incluem a redução do estresse e a integração harmoniosa entre animais.
  • Cannabis para Pets: O uso de cannabis para pets avançou, proporcionando alívio de dores, inflamações e equilíbrio psíquico. É recomendado para ansiedade, agressividade, medo, depressão, pânico e patologias mais sérias como câncer, artrose e epilepsia.

 

A veterinária Jaqueline Marcello, parceira de Cleber Santos nos acompanhamentos de cães, prescreve tratamentos com Cannabis desde 2020, e relata que a substância possui ampla indicação, promovendo qualidade de vida e bem-estar ao paciente. Ela destaca o óleo de cannabis, administrado por via oral, como uma opção eficaz.

“Na consulta, realizamos a avaliação física e a solicitação de exames para entender se o fitoterápico seria indicado. A prescrição é personalizada, considerando o quadro clínico do animal, se possui mais de uma comorbidade ou se faz algum outro tratamento conjunto”, explica a veterinária.

 

  • Terapia Floral e Acupuntura: Terapias com florais e acupuntura, prescritas por veterinários qualificados, também são uma opção acessível para pets. Sobre os florais, muitas vezes eles são receitados tanto para o dono quanto para o cachorro.

 

Já no caso da acupuntura, muitos se perguntam como segurar um cão ou gato em uma sessão de agulhadas. O especialista explica que a chave é o condicionamento.

“Muitos animais não deixam de primeira. Mas, com paciência, eles vão relaxando. E vale muito a pena. A contribuição nos processos regenerativos é significativa, assim como na recuperação de cirurgias ou tratamentos para paralisias, AVCs, convulsões, tendinites, gastrites, cistites e para amenizar sintomas da quimioterapia”, explica Cleber.

 

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

Matéria – Terra, Por:Redação Homework *