Uma preocupação constante de saúde pública são as doenças transmitidas aos humanos pelos animais. Dengue, febre amarela, malária e doença de Chagas são alguns dos exemplos mais conhecidos e que ainda afetam milhões de pessoas.
Além dessas doenças, há diversas outras com os mais diferentes sintomas e formas de transmissão também transmitidas por animais. Por mais que não causem pandemias atualmente, elas exigem atenção das autoridades e da população em geral.
Confira, abaixo, informações sobre cinco doenças transmitidas por animais aos humanos:
1. Doenças transmitidas por animais: a peste
Conhecida como “peste negra” ou apenas “peste”, essa doença foi a responsável por uma pandemia que matou cerca de 25 milhões de pessoas na Europa entre 1347 e 1351, de acordo com a Encyclopædia Britannica, plataforma de dados voltada para a educação no Reino Unido.
A peste possui três formas clínicas diferentes: bubônica (mais comum), septicêmica (forma rara) e pneumônica (forma mais grave e perigosa), segundo o Ministério da Saúde.
Causada pela bactéria Yersinia pestis, a doença é transmitida aos humanos por meio da picada de pulgas infectadas que podem estar presentes em ratos. Os sintomas incluem febre alta, calafrios e formação de bubão pestoso (uma espécie de nódulo) pelo corpo.
2. Raiva, uma das mais mortais doenças transmitidas por animais
A raiva mata praticamente 100% dos seres que a contraem e é causada por um vírus da família Rabhdoviridae, segundo informa o Instituto Butantan, entidade brasileira de pesquisa sediada na cidade de São Paulo.
A transmissão da doença para humanos se dá por meio de mordidas, lambidas e arranhaduras de animais infectados, como cães, gatos, morcegos, macacos, bois e cavalos.
Os sintomas são bem variados: vão de mal-estar a aumento de salivação, paralisia e confusão mental até atingir o coma e a morte cerebral. A melhor prevenção é manter em dia a vacinação dos animais contra a raiva.
3. Toxoplasmose, enfermidade advinda dos felinos
Uma das zoonoses (doenças transmitidas por animais aos humanos) mais comuns no mundo, segundo o Ministério da Saúde, é a toxoplasmose.
O agente causador dessa infecção é o protozoário Toxoplasma Gondii, que pode ser encontrado nas fezes de gatos e outros felinos.
O ministério esclarece, no entanto, que “o contato com gatos e felinos não causa a doença”. Por isso, é importante saber exatamente como se dá a contaminação: “o risco está no contato com as fezes contaminadas, no consumo de água contaminada, alimentos mal lavados ou mal cozidos”.
A maioria das pessoas infectadas pela primeira vez não apresenta sintomas, mas a doença pode trazer sequelas e complicações em alguns casos específicos.
Um exemplo são os indivíduos com sistema imunológico comprometido, como os que possuem HIV (vírus da imunodeficiência humana), por exemplo, ou que passaram por algum tipo de transplante.
4. A leishmaniose vem da picada de mosquitos
Causada por protozoários do gênero Leishmania, a leishmaniose é transmitida pelos flebótomos, insetos que se alimentam de sangue e são mais conhecidos pelo nome de “mosquito-palha”.
A doença possui dois tipos diferentes: leishmaniose tegumentar ou cutânea (caracterizada por feridas na pele) e leishmaniose visceral (afeta órgãos internos, principalmente o fígado, baço e a medula óssea), explica o Ministério da Saúde brasileiro.
As medidas recomendadas para a prevenção da doença são o controle dos vetores (ou seja, os flebótomos), uso de repelentes, dedetização, entre outras ações.
5. Hantavirose, uma doença transmitida por roedores silvestres
A hantavirose, causada por um vírus da família Hantaviridae, é uma doença que se manifesta de diversas formas. Na fase inicial, causa sintomas como febre, dor de cabeça e dor abdominal.
Já na fase cardiopulmonar, as pessoas infectadas podem sofrer de tosse seca, pressão baixa, dificuldade de respirar e aceleração dos batimentos cardíacos.
A transmissão da hantavirose se dá por meio do contato de humanos com roedores silvestres infectados – mordida, saliva, urina e fezes desses animais. A maioria das pessoas necessita de assistência hospitalar e a letalidade média é de 46,5%, informa o Ministério da Saúde.
A prevenção é evitar, justamente, o contato com roedores, cuidando da limpeza do ambiente e dando destino adequado ao lixo e ao entulho.
Matéria – POR REDAÇÃO NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL
Imagem – Ratos marrons vasculham o lixo. FOTO DE LOUIS AGASSIZ FUERTES