Estima-se que cerca de 30 milhões de animais vivem nas ruas do Brasil, de acordo com um levantamento feito em 2012 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Porém, o trabalho voluntário dos protetores de animais visa diminuir este número, além de disseminar amor e zelo.
Em Cedral (SP), Núbia Ferreira de Oliveira é protetora de nascença e hoje divide a casa com 12 gatos e quatros cães resgatados das ruas.
“A gente não escolhe a proteção animal. A gente simplesmente vê um animal indefeso, em situação de vulnerabilidade e abandono, e faz nossa parte.
Como o amor é muito maior, a gente faz o que precisa ser feito por quem abandonou, que é cuidar, amar e zelar.”
O amor dela pelos cães e gatos é de família, pois a mãe de Núbia também ajuda a cuidar de pets. Um deles é o Davizinho, que era da vizinha, mas invadia a casa das protetoras para se alimentar.
“Ele estava magrinho, vinha comer e a gente quis castrar. A vizinha autorizou a ficar com a gente, por isso o nome dele é Davizinho. Agora ele é nosso”, conta Maria Lúcia Ferreira, mãe de Núbia.
Juntas, elas já fizeram loucuras para salvar animais. Uma das histórias que mãe e filha consideram inesquecíveis foi um resgate em pleno Natal.
“Eu sabia que ele [o animal] não estava ali, naquele momento, em vão. Sabia que tinha um propósito maior, porque Deus conhecia meu coração e sabia que eu jamais conseguiria deixar o animal ali”, lembra Núbia.
Sem o trabalho voluntário de protetores de animais, outro problema surgiria: o aumento no número de atropelamentos de cães e gatos, que se deslocam para buscar por comida. Com isso, hospitais veterinários ficariam superlotados.
Desde a pandemia, um hospital veterinário de São José do Rio Preto (SP) notou aumento considerável no número de abandonos. O local tem contrato com a prefeitura para acolher os animais resgatados.
“Ele fica aqui o tempo necessário para se reabilitar. O grande problema nosso é o depois, porque se não tem adoção, não temos para onde levar. Nosso canil não ficou pronto, fica superlotado e precisamos de novas baias”, explica Cláudia de Giuli, secretária do Bem-Estar Animal de Rio Preto.
“O que a gente faz é a reabilitação desses animais, seja por cirurgias, amputações, cuidar de feridas, doenças diversas. Nosso intuito é fazer a recuperação dos animais, cuidar e zelar pela saúde deles”, pontua o médico veterinário Felipe Franco.
Com o apoio do poder público e de parceiros, protetores de animais seguem aturando para retirá-los das ruas.
Letícia da Silva Merici alugou uma casa, que foi transformada em abrigo para 67 gatos e quatro cães.
“Graças a Deus eu não tenho apego de não doar. Quero o melhor para eles, quero que cada um deles tenha um lar para ser amado e cuidado.”
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Matéria – Por Tom Dias, TV TEM