Muita gente acha que um pet gordinho, por sua aparência fofa e arredondada, é bonito de se ver. Mas um pet acima do peso pode estar longe de ser saudável. A obesidade é uma doença e deve ser tratada com o mesmo cuidado dedicado a qualquer outro problema de saúde. Dados recentes apontam que cerca de 41% dos cães e até 40% dos gatos no Brasil apresentam sobrepeso ou obesidade.
Endocrinologista e nutróloga do Hospital Veterinário Taquaral, em Campinas (SP), as médicas-veterinárias Dra. Taís Angélica e Dra. Bruna Damiani, explicam que há várias causas possíveis para o sobrepeso em cães e gatos, desde a alimentação incorreta até distúrbios hormonais, e reforçam que a prevenção, o diagnóstico e o tratamento devem ser feitos com base em exames e com o acompanhamento de especialistas
Taís Angélica explica que as consequências da obesidade são inúmeras e afetam diretamente a qualidade e a expectativa de vida do animal. Já a nutróloga Dra. Bruna Damiani complementa que não existe fórmula única para o emagrecimento. A prescrição da dieta deve levar em consideração idade, espécie, raça, doenças associadas, estilo de vida, entre outros fatores. Por isso é importante que o tutor procure orientação profissional.
O gato Eliot é um exemplo positivo de reeducação alimentar, depois de passar por acompanhamento especializado. Castrado aos sete meses, Eliot manteve o peso ideal até os quatro anos, quando começou a engordar progressivamente. Chegou aos 14kg, mas, com a dieta certa e o tratamento adequado, hoje, varia entre 9kg e 9,3kg, mesmo que ainda não tenha atingido o peso-alvo estimado pelas veterinárias, de 8kg.
A tutora Léia Scaramal Kawai conta que os exames nunca deram alterados, ele era literalmente um gordinho saudável, mas o sobrepeso estava deixando-o cada vez mais lento. “O que mais melhorou foi o ânimo: subir em cama e sofá não é mais complicado como antes, ele se tornou ágil”, compartilha. Segundo ela, Eliot não se adaptou a passeios de coleira, mas hoje mora com a família em uma casa com escadas e mais espaço, o que também favorece a mobilidade. “Ele sempre teve o perfil de gato que prefere ficar no chão e adora dormir. Agora, com a ração indicada, está muito bem”, completa.
Chocolate para pets na Páscoa
A Páscoa é uma época em que as tentações alimentares dos humanos se multiplicam e as veterinárias alertam para o cuidado com petiscos extras, restos de comida e “presentinhos” como chocolates ou ovos próprios para pets. “A gente pode até achar que está agradando, mas qualquer alteração na dieta pode ter impactos sérios”, reforça Dra. Bruna. A Dra. Taís lembra que o ideal é manter uma rotina alimentar bem definida e horários estabelecidos, com supervisão regular: “A consulta com o especialista é fundamental para que o animal tenha uma vida mais longa, ativa e com qualidade”.
Fonte: Hospital Veterinário Taquaral, adaptado pela equipe Cães e Gatos.