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Iagro adota equipamento que substitui prova biológica, acabando com uso de 8 mil camundongos

A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) já realiza há tempos o importante diagnóstico da raiva, e agora anuncia uma significante mudança, adotando a técnica de RT-qPCR (Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real) em substituição à prova biológica.

Essa decisão marca um grande avanço na eficácia e rapidez do diagnóstico da doença, trazendo benefícios tanto para a saúde pública quanto para a proteção animal. Hoje, o Laboratório de Diagnóstico de Doenças Animais e Análise de Alimentos – LADDAN, é o único que realiza o diagnóstico dessa enfermidade em Mato Grosso do Sul, tendo notificado 75 casos positivos da doença em diversos mamíferos apenas no ano de 2023.

A raiva é uma doença viral fatal que afeta mamíferos, incluindo humanos, e é transmitida principalmente pela mordida de animais infectados, como cães, gatos e morcegos. O diagnóstico precoce é crucial para prevenir a propagação da doença e garantir a eficácia do tratamento.

Anteriormente, o diagnóstico da raiva no LADDAN era realizado por meio da Imunofluorescência Direta (IFD), a qual foi mantida, e da prova biológica, cujo método envolve a inoculação intracerebral do material suspeito em camundongos e na observação de sintomas da doença. Embora eficaz, esse processo era demorado, dependia de uma estrutura laboratorial complexa, além de envolver a utilização de animais, o que implicava na observância de todos os dispositivos legais do Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea).

Com a adoção da técnica de RT-qPCR, a IAGRO está revolucionando o diagnóstico da raiva, já que é um dos primeiros laboratórios de defesa a substituir totalmente a utilização de camundongos. Essa abordagem permite a detecção rápida e precisa do vírus da raiva no material suspeito, pois funciona amplificando e detectando o material genético do vírus da raiva presente na amostra, oferecendo resultados em questão de horas, em comparação com as semanas necessárias para a prova biológica. Além disso, essa técnica possui uma sensibilidade e especificidade muito elevadas, minimizando o risco de resultados falsos negativos ou positivos. Essa mudança na metodologia de diagnóstico não apenas acelera a identificação da raiva, mas também melhora a precisão dos resultados, permitindo uma resposta mais eficaz das autoridades de saúde e veterinárias. Isso é crucial para o controle da doença e a proteção da saúde pública.

Entre os envolvidos estão as médicas veterinárias Aline de Oliveira Figueiredo e Tamires Ornellas Fuzaro Scaléa. Segundo elas, a implantação da técnica de Rt-qPCR foi um grande desafio, já que essa tecnologia ainda não era utilizada na rotina do LADDAN, sendo necessário desde as compras de equipamentos até o aprendizado e validação dos métodos. As servidoras realizaram treinamento no Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti (CDME), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), que foi o laboratório da Rede Nacional de Agricultura pioneiro a utilizar o PCR em Tempo Real (qPCR) para diagnóstico da raiva em herbívoros como rotina, e que utilizava o protocolo de diagnóstico aceito e reconhecido pelo Center for Disease Control (CDC), de Atlanta (EUA).

A decisão da IAGRO de adotar a RT-qPCR como padrão para o diagnóstico da raiva demonstra um compromisso com a inovação e a excelência na saúde animal e na segurança alimentar. Espera-se que essa medida tenha um impacto positivo significativo na prevenção e controle da raiva, contribuindo para a saúde e o bem-estar de humanos e animais em todo o estado.

 

Matéria – Acrissul – Por Semadesc

Imagem – A decisão da IAGRO de adotar a RT-qPCR como padrão para o diagnóstico da raiva demonstra um compromisso com a inovação e a excelência na saúde animal e na segurança alimentar – Crédito: Divulgação