Respondendo à preocupação da pecuarista Liane Andrade sobre os efeitos da papilomatose bovina, ou verrugas nos tetos de vacas, na qualidade do leite, o médico-veterinário Guilherme Vieira, embaixador de conteúdos do Giro do Boi, fornece uma análise detalhada e orientações baseadas em conhecimento e discussão com outros especialistas na área.
A papilomatose bovina, uma doença infecciosa de origem viral causada pelo Papilomavírus, pode afetar bovinos de todas as idades.
Os animais com maior incidência em animais jovens e aqueles com deficiência imunológica.
A condição é especialmente prevalente em gado leiteiro devido ao contato próximo entre os animais.
Implicações para a produção leiteira com a papilomatose bovina
Vaca com papilomatose bovina. Foto: Revista Veterinária
Em relação ao impacto direto dessas verrugas na qualidade do leite, Vieira destaca a importância do bom senso.
A literatura ainda não oferece um consenso absoluto sobre o manejo adequado, porém a preocupação primordial é evitar a contaminação do leite e, consequentemente, do ambiente de ordenha.
As verrugas, ao serem rompidas durante a ordenha, podem liberar o vírus no meio, aumentando o risco de disseminação.
Recomendações práticas de sanidade
Vaca com papilomatose bovina. Foto: UFPEL
A recomendação central de Vieira é secar as vacas afetadas para permitir um tratamento eficaz da papilomatose.
O leite destas vacas, enquanto elas estão sendo tratadas, deve ser descartado para evitar riscos de transmissão do vírus.
Adicionalmente, sugere-se a realização do teste da raquete, ou CMT (California Mastitis Test), para avaliar a qualidade do leite de vacas com tetos comprometidos por verrugas, mantendo-as como últimas na sequência de ordenha para minimizar a possibilidade de contaminação cruzada.
Isolamento e prevenção
Devido à alta contagiosidade da papilomatose, Vieira enfatiza a importância do isolamento dos animais afetados.
A segregação deve incluir separação em alimentação e abastecimento de água, visando limitar a propagação do vírus no rebanho. A higiene rigorosa dos equipamentos de ordenha é essencial para prevenir a transmissão do vírus para animais saudáveis.
A assistência de um médico-veterinário é crucial para gerenciar casos de papilomatose de forma efetiva, reduzindo o impacto na produção leiteira e garantindo a saúde do rebanho.
Essas diretrizes não apenas protegem a qualidade do leite, mas também contribuem para o bem-estar animal e a sustentabilidade da produção pecuária, em linha com as preocupações trazidas pela pecuarista Liane Andrade.
Matéria – Giro do Boi, Por Fábio Moitinho
Imagem – Papilomatose bovina: entenda o impacto da doença na qualidade do leite