Conheça os quatro cuidados imprescindíveis para manter a saúde e o equilíbrio ambiental ao adotar um animal silvestre
A convivência com animais silvestres pode ser uma experiência única, mas exige cuidados específicos para garantir que esses animais se desenvolvam de maneira saudável e segura. De acordo com Izabela Ballarin, professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, os animais silvestres possuem necessidades muito distintas daqueles considerados domésticos. “Esses animais precisam de alimentação, temperatura e cuidados específicos para sua sobrevivência, além de ambientes que imitem suas condições naturais o máximo possível. A falta de conhecimento sobre essas necessidades pode causar sérios danos à saúde do animal”, alerta a veterinária.
A regulamentação para a posse de animais silvestres é clara e rigorosa. A Portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nº 93/1998 define que a fauna silvestre brasileira abrange todas as espécies nativas, migratórias ou aquáticas, cujo ciclo de vida ocorre dentro dos limites do território brasileiro. Nesse contexto, a especialista destaca que o primeiro cuidado essencial é o respeito às normas de preservação ambiental. “Para possuir um animal silvestre de forma legal, é necessário obtê-lo de criadouros ou estabelecimentos comerciais autorizados pelo Ibama. A captura e o comércio ilegal de animais são punidos por lei, com pena de detenção e multa”, explica.
Além da legalidade, a adaptação de um animal silvestre ao ambiente doméstico exige um planejamento cuidadoso do espaço. A professora Izabela Ballarin enfatiza que, para muitas espécies, como aves, répteis e mamíferos nativos, o ambiente doméstico precisa ser planejado de forma a reproduzir, ao máximo, o habitat natural. Isso pode incluir terrários, viveiros, aquários e outros ambientes adequados. “Esses espaços devem ser pensados para que o animal se sinta confortável e seguro, minimizando o estresse e promovendo o bem-estar”, orienta.
Outro cuidado crucial é o enriquecimento ambiental. Para garantir que o animal tenha um ambiente estimulante e saudável, é recomendado o uso de itens como tocas, cordas, galhos de árvore e brinquedos que proporcionem estímulos cognitivos e físicos. “O enriquecimento ambiental é essencial para que os animais se sintam mais próximos de seus habitats naturais e possam manter suas funções cognitivas e comportamentais intactas. A alimentação balanceada também é fundamental para a saúde geral do animal”, acrescenta Izabela Ballarin.
Para garantir que todos esses cuidados sejam seguidos corretamente, é imprescindível buscar a orientação de um veterinário especializado em fauna silvestre. De acordo com a professora, a demanda por profissionais qualificados nessa área tem crescido, à medida que mais pessoas optam por adotar animais silvestres. “A medicina veterinária tem se especializado para atender a essas necessidades. O conhecimento profundo sobre a biologia e o comportamento dessas espécies é essencial para oferecer um atendimento adequado e ético”, afirma Izabela.
Por fim, a médica veterinária reforça que a convivência com um animal silvestre deve ser pautada pelo respeito à natureza e pelo compromisso com o seu bem-estar. “Esses animais são seres vivos com necessidades específicas. O manejo inadequado pode resultar em sérios problemas de saúde e até na morte precoce do animal. Por isso, a educação e o compromisso com a preservação ambiental devem ser prioridade para qualquer pessoa que decida ter um animal silvestre de estimação”, conclui.
Matéria – Por Equipe Cães&Gatos